Vale dos Pinheiros

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Capítulo 17﹘Torrão de Açúcar

— Olha o que eu ganhei! — anunciou Carolina, trazendo três potinhos: um de tampa amarela, um de tampa azul e um de tampa vermelha.
— O que é? — perguntou Andressa, sua prima.
— Corante.
— Corante pra quê? — a mais velha ficou interessada.
— Pensei que a gente podia usar pra fazer torrão de açúcar colorido. Vamos levar para a Bambi.

Andressa aprovou a ideia.

Ela estava fazendo aula de equitação junto com o irmão. As primas sabiam que aquele não seria o esporte de Andressa. Bambi era uma égua muito experiente, que parecia se divertir em derrubar a menina da montaria sem machucá-la.

Tudo começou quando Rafael virou um sucesso. Na hípica — que nem ficava tão longe da casa deles —, perceberam que ele tinha potencial para ser um competidor olímpico. Foi convidado a treinar com os instrutores e nem precisava pagar por isso, tamanho tinha sido seu desempenho. A determinação do pai em torná-los atletas finalmente dava resultado, pelo menos com o caçula.

Quando ouvia muitos dizerem que o irmão competiria até nas Olimpíadas, Andressa não conseguia segurar a risada. Rafa fazia muitas coisas bem e adorava experimentar atividades diferentes, mas ficar preso a um único esporte, cheio de horários e responsabilidades, não era para ele. Isso era um segredo entre os dois.

Mesmo tomando bronca dos instrutores para ser mais enérgica, a menina preferia ser amiga da égua, em vez de impor adestramento. Continuava a frequentar as aulas apenas para exercitar seu lado de futura veterinária. Aproveitava as aulas gratuitas que ganhou como incentivo para acompanhar o irmão nos treinos. Apesar de ter rendimento bem inferior ao dele, adorava o espaço ao ar livre e cuidar dos lindos cavalos, ajudando a escová-los, levando feno e acariciando seu pelo. Aprendia a cavalgar do seu jeito, no seu ritmo, sem prometer nada a ninguém.

— O papai só me deixa levar cenoura — lembrou.
— Mas por quê? Cavalos adoram torrão de açúcar e podem comer de vez em quando. Eles gastam muita energia, sabia? — explicou Carolina.
— Meu pai é muito preocupado com essas coisas de saúde, mas acho que só dessa vez ele vai deixar. A gente pede pra vó falar com ele — disse Andressa, já se animando a preparar os cubinhos.

Elas separaram forminhas menores que as de gelo comum, pegaram um pote de açúcar e um pouco de água. Fazer era fácil e divertido. Optaram por encher duas formas: uma para a Bambi e outra para deixar de presente no chá da tarde na casa da avó.

Agora só precisavam diluir o corante alimentício na água, molhar um pouco o açúcar, socá-lo bem apertado nas forminhas e esperar secar. Assim que soltassem da forma, teriam várias pedrinhas coloridas.

— Acho melhor deixar os torrões da Bambi na geladeira até segunda-feira, né? — sugeriu Andressa, animada com o resultado.
— Boa — concordou Carolina, acenando com a cabeça. — E agora vamos pedir pra vovó preparar um lanche e um bolo, daí a gente chama o Rafa e a Helena para o nosso chá da tarde super elegante.


Receita de Torrão de Açúcar

Tempo de preparo: 15 minutos

Você vai precisar de:

  • 1 xícara de açúcar
  • 1 colher de sopa de água
  • Algumas gotas de corante comestível
  • Algumas gotas de essência (baunilha, hortelã ou o que tiver em casa)
  • Forminhas de bombom

Modo de fazer:

  1. Misture o açúcar com a água até formar uma farofa úmida.
  2. Acrescente o corante e a essência. Mexa bem.
  3. Pegue porções da mistura e aperte nas forminhas.
  4. Desenforme com cuidado e deixe secar ao ar livre.

Pronto! Ficam duros como pedra, mas derretem rapidinho na boca.


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