
Os primos queriam viajar juntos. Prometeram se comportar.
Andressa, a mais velha, ia sentada no banco da frente porque já estava quase com onze anos. Quem dirigia era seu pai.
Rafael, seu irmão mais novo, ficou entre as outras duas primas, no banco de trás. Helena olhava a paisagem e Carolina ia lendo.
— Não faz bem ficar lendo dentro do carro — disse o pai, do banco do motorista.
— Não estou lendo, estou vendo como fazer uma abertura no jogo de xadrez — respondeu Carolina.
Era mais ou menos verdade, porque a abertura vinha descrita em desenhos e ela quase não precisava ler. Mas ainda lia uns trechos. Há algum tempo, tinha decidido aprender a jogar e já estava familiarizada com as peças e seus movimentos. Até participava de um clube de xadrez infantil online.
— A Helena trouxe o jogo portátil dela. Aquele das pecinhas que se encaixam pra não cair do tabuleiro — lembrou Rafael, entediado com a viagem.
— Também não faz bem ficar jogando no carro — repetiu o pai.
— Mas esse tabuleiro foi feito exatamente pra isso! Tem base magnética! — protestou Helena, remexendo na mochila.
Os dois mais novos tinham prática em montar as peças, porque jogavam sempre um contra o outro. Andressa olhou para trás, curiosa, para ver melhor o que estava acontecendo.
— Posso jogar contra a Carolina? —Pediu Rafael.
Helena deixou os dois começarem e ficou apenas observando. Rafael começou com as peças brancas, jogando do seu jeito, sem pensar muito na sequência das jogadas.
— Vou começar com a abertura dos quatro cavalos! — anunciou Carolina, com os olhos brilhando, entusiasmada por testar a abertura que tinha estudado no seu livrinho.
— Não vale! — reclamou Helena.
— Como assim? Todo mundo aprende a jogar assim! — explicou Carolina, revirando os olhos.
— Não! Você está colando do livro! Tem que jogar o que vier na cabeça, como eu e o Rafa fazemos! — disse Helena.
— Se vocês não querem aprender o jeito certo, tudo bem. Mas por que eu tenho que aprender do jeito errado? — Carolina ficou chateada.
— Isso mesmo! Vocês dois deviam aproveitar e aprender a jogar direito! — Apoiou Andressa.
— Não! Não queremos estudar, queremos jogar! — finalizou Rafael, levando o tabuleiro para o lado de Helena.
Andressa só balançou a cabeça.
— Na casa da vovó, eu jogo com você — prometeu a prima mais velha.
Vamos praticar
Como mover as peças


Rainha
Sou a mais poderosa do jogo. Me movimento em todas as direções por quantas casas quiser.


Torre
Sou grande protetora do Rei. Às vezes só eu consigo fazer o movimento necessário.


Bispo
Não consigo andar em todas as direções, mas quando sou acionado, vou longe


Peão
Alguns não me valorizam, mas posso atravessar o tabuleiro e me tornar uma Rainha, como no jogo de Damas.


Cavalo
Meus movimentos surpreendem o adversário. Sou o único a galopar nesse formato da letra “L”.


Rei
Posso andar em todas as direções, mas não vou muito longe. Só uma casa por vez. Ainda bem que todas as outras peças do jogo me protegem.
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